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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

REFLEXÕES PARA O ANO NOVO

CHARLES H. SPURGEON
Ora, irmãos, com respeito ao ano que se aproxima, eu espero que ele seja um
ano de felicidade para vocês, — de forma muito enfática desejo a todos vocês um
Feliz Ano Novo, — mas ninguém pode ter certeza de que ele será um ano livre de
dificuldades.
Pelo contrário, tenha a segura confiança de que não será assim, porque, como
é certo que as faíscas sobem para o alto, o homem nasce para as dificuldades.
Cada um de nós possui, amados amigos, muitos rostos queridos com os quais
nos regozijamos — que eles possam sorrir para nós ainda por muito tempo: mas
lembre-se de que cada um deles pode vir a ser ocasião de tristeza durante o próximo
ano, porque não existe nenhum filho imortal, nenhum marido imortal, nenhuma
esposa imortal, nenhum amigo imortal, e, portanto, alguns deles podem morrer
durante o ano.
Além do mais, os confortos com os quais nos cercamos podem tomar para si
asas antes que o ano cumpra seus meses. As alegrias terrenas são todas como que
feitas de neve, se desfazem com a mais leve brisa, e se vão antes de terminarmos de
agradecer sua chegada. Pode ser que você tenha um ano de seca e escassez de pão;
pode ser que anos magros e desagradáveis lhe estejam reservados.
Sim, e ainda mais, talvez durante o ano que já está quase amanhecendo você
possa recolher seus pés à cama e morrer, para encontrar-se com Deus Pai.
Pois bem, com relação a este ano que está próximo e suas possibilidades
desoladoras, devemos viver cabisbaixos e tristonhos? Devemos pedir a morte ou
desejar nunca ter nascido? De modo algum. Devemos, por outro lado, viver de
forma despreocupada e risonha em todas as circunstâncias? Não, isso soaria doentio
nos filhos de Deus.
O que faremos? Iremos pronunciar esta oração: “Pai, glorifica teu nome.”
Isto significa dizer: se devo perder minha propriedade, glorifica teu nome na minha
pobreza; se devo ser roubado, glorifica teu nome em meu sofrimento; se devo ser
morto, glorifica teu nome em minha partida.
Quando você ora nesta disposição, seu conflito finda, nenhum pavor exterior
permanece se tal oração surge de seu íntimo, você tem nela rejeitado todos os
presságios fatídicos e pode, de forma lúcida e tranqüila, trilhar seu caminho pelo
desconhecido amanhã.
Tradução: Márcio Santana Sobrinho.
Fonte: A Golden Prayer, 30 de dezembro de 1877.

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